Uma parte essencial do tratamento para perda de peso é o pós-operatório da cirurgia bariátrica, que deve ser seguido de acordo com as orientações do gastrocirurgião.
Os cuidados são essenciais para garantir a recuperação mais rápida e o sucesso da cirurgia, além de necessários para a adaptação ao seu novo estilo de vida.
A bariátrica
A cirurgia bariátrica pode ser feita por meio dos métodos Sleeve ou Bypass, para pacientes quem necessitam de redução de peso rápida e eficiente, e a melhoria da saúde.
Eu realizo as cirurgias por meio dos métodos de videolaparoscopia e robótica, duas opções pouco agressivas e mais seguras para a saúde do paciente.
São elegíveis para a cirurgia pacientes com:
- IMC superior a 40 kg/m², independentemente de apresentarem ou não outras doença associadas;
- IMC entre 35 e 40 kg/m² e for diagnosticado com comorbidades;
- IMC entre 30 e 35 kg/m² e for diagnosticado com diabetes tipo 2 em situações especiais.
Pós-operatório
A principal mudança na rotina do paciente é a alimentação, que deve ser seguida de forma rigorosa, de acordo com as orientações do cirurgião e da nutricionista.
A nova alimentação é iniciada ainda no hospital, e deve ser totalmente líquida.
As fases da dieta líquida
De acordo com a nutricionista Marina Dagher, que acompanha meus pacientes no pré-operatório até a alta, o paciente passa por 5 fases alimentares até a volta à rotina alimentar. Todas elas são de suma importância.
Fase 1 – Dieta líquida restrita: com pouquíssimos ou nenhum resíduo alimentar. É importante para a hidratação e readaptação do trato digestivo e absortivo. É uma dieta de baixo valor calórico, com cerca de 500kcal/dia e tem duração de 15 dias, com o consumo de sucos coados, chás (camomila, cidreira e erva-doce), água de coco e caldos de legumes e carnes coados.
Fase 2 – Dieta líquida cremosa: aqui é iniciada a introdução de alimentos cremosos, líquidos, com um consumo calórico um pouco maior, dentro das necessidades básicas para manter o processo de emagrecimento e a recuperação da cirurgia bariátrica. Tem duração de 5 dias e são introduzidos leite, iogurtes, gelatinas e sopas batidas no liquidificador.
Fase 3 – Dieta pastosa: nesta fase é reintroduzida a mastigação com alimentos pastosos. Durante cerca de 10 dias, os pacientes podem consumir purês, papa de arroz, polenta, legumes amassados, caldo de feijão e ovo mole ou mexido.
Fase 4 – Dieta branda: é a fase de preparação para a introdução da dieta normal, com período de 30 dias, com mastigação de alimentos bem cozidos. É recomendado o consumo de arroz e legumes, sopas, carnes magras macias ou desfiadas e frutas sem casca ou bagaço.
Fase 5 – Dieta normal: após um período de repouso do trato digestivo e da readaptação, o paciente reintroduz em sua rotina uma dieta com prioridade para os alimentos ricos em proteínas e a volta dos sólidos, com cuidado para até a recuperação completa.
“O comprometimento do paciente é fundamental para a recuperação e a perda de peso eficiente e com saúde. Além disso, é preciso entender que ele terá que manter uma dieta equilibrada pelo resto da vida, além da prática de atividade física. A cirurgia é o auxílio que ele necessita, mas só chegará ao resultado esperado se mudar também seu modo de pensar e ver a vida”, destaca Marina Dagher.